
Como profissional, preferiu ficar à sombra de goleiros como Gilmar Rinaldi, Julio César e Roger a aceitar propostas de outros clubes. Seu momento de maior glória foi quando pegou quatro pênaltis com uma mão quebrada, em 1994, na sua estreia pelo profissional, durante a Copa Rio. Hoje aposentado, Cacá ainda respira Flamengo. Seu campo de futebol soçaite, em São José dos Campos, interior de São Paulo, funciona como um ponto de encontro da torcida e já chegou a reunir 700 pessoas na reta final do Brasileiro de 2009, conquistado pelo time carioca.
Jogar no Flamengo foi mais do que uma profissão para Cacá. Foi a oportunidade de conviver com os goleiros Gilmar Rinaldi e Zé Carlos e os ídolos Junior e Zinho, além de iniciar a carreira junto com atletas que ganhariam títulos mundiais, como o zagueiro Juan, atualmente no Internacional, o goleiro Julio César, da seleção brasileira e do Toronto FC, e o atacante Aloísio Chulapa. Tão torcedor, só deixou a Gávea ao receber em 1999 uma proposta de Zico para se juntar ao CFZ. A proposta do Galinho, feita pessoalmente, foi irrecusável à época. Defendendo o time de Zico, Cacá até tentou se controlar para não torcer publicamente pelo Flamengo, mas havia rivalidade demais na final contra o Vasco para afastá-lo do Maracanã naquele dia 27 de maio de 2011.

A vontade de ir ao estádio apareceu de última hora. Sozinho, driblou o churrasco que tinha combinado com os amigos para ir comprar ingressos, mas a carga do Flamengo estava esgotada. Foi quando descobriu que havia bilhetes no setor do Vasco. Mesmo com uma camisa do Rubro-Negro, decidiu encarar a fila. Não sofreu violência porque o policiamento foi reforçado. Mas se lembra da hostilidade.
– Jogaram cerveja, saco com urina em mim. Me xingavam de tudo que é nome. Uma hora, um policial se aproximou. Achei que fosse me defender, mas disse que era para eu sair. Não saí. Já estava chegando minha vez. Então ele mandou que eu tirasse a camisa, pelo menos, para evitar a confusão. Tirei, comprei o ingresso e entrei no estádio. Quando deu uma brecha, mudei para o setor do Flamengo e coloquei a camisa de volta.
Fonte: GE
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